quinta-feira, setembro 27, 2007

"Os Livros"

Este Post é literalmente roubado de vários blogues. Fala de livros, e porque gosto de livros tratei de os trazer para este espaço, sem conhecimento dos seus autores, sei que é um abuso da minha parte, mas paciência, eu sou mesmo assim, parvo. É um desafio que corre por aí, em que se pede aos bloguistas que escolham os 10 Livros que mais influenciaram a sua vida, nas escolhas, na mudança de vida ou mesmo na ajuda a estruturar o que cada um hoje é !

Eu também poderia deixar aqui 10 livros, mas não deixo, primeiro, porque não me apetece, e segundo, porque nenhum livro me ajudou absolutamente em nada a estruturar aquele que hoje sou ! Por isso é que sou isto que se vê, ou que não se vê...enfim !

Mas acho bastante interessante as escolhas das minhas vítimas, e o breve comentário que fazem sobre o efeito de cada um dos livros na sua vida, é bonito...eu gostei, e tomei nota dos muitos Livros, claro !

Vamos ao que interessa:

1. A Náusea, de J. P. Sartre, lida por volta dos 14-15 anos, quando me perseguiam as primeiras crises existenciais, ainda antes de certos pensamentos terem nome;
2. A um Deus desconhecido, de J. Steinbeck, pela mesma altura, quando procurava desesperadamente entender a crença e incorporá-la;
3. O Doutor Jivago, de B. Pasternak, há muitos anos, porque já me interessava pela História mas sobretudo pela surpreendente entrada no labirinto dos sentimentos;
4. Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes, numa altura em que ainda não sabia que o neo realismo era literatura datada; apenas lhe sentia o gosto, acompanhado pelo sentimento de revolta;
5. As Brumas de Avalon, de M. Zimmer Bradley, a alimentar-me as fantasias...
6. O Nome da Rosa, de Umberto Eco, em leitura compulsiva, num fim de semana em que até me esqueci dos filhos...
7. A Obra ao Negro, de M. Yourcenar, como testemunho exímio de uma época, escrito com o coração e com o saber de uma das melhores escritoras de todos os tempos;
8. Era bom que trocássemos algumas ideias sobre o assunto, de Mário de Carvalho, numa feliz descoberta de uma poderosa arte irónica;
9. A Costa dos Murmúrios, de Lídia Jorge, construção ficcional perfeita, o romance dentro do romance e a vida vista por dentro e por fora, com a inversão de todas as regras como caminho necessário à escrita de uma obra-prima; e depois também O Cais das Merendas, O dia dos Prodígios, O Vale da Paixão e mais recentemente Combateremos a Sombra. Escrita indispensável ao meu crescimento literário; mas também visão crua, farpa infalível cravada na realidade que não escapa aos olhos e ao coração.
10. A Casa e o cheiro dos Livros, de Maria do Rosário Pedreira, poesia para ler a toda a hora;... e todos os livros daquela poesia que me enche a alma...

Elipse

1 - As Aventuras de João Sem Medo de José Gomes Ferreira, porque passei a acreditar que era possível escrever para crianças sem as tratar como menores;
2 - Todos os Astérix de René Goscinny e Albert Uderzo, porque convenci-me que a banda desenhada é educativa;
3 - Os Putos de Altino Tojal, porque a partir dele passei a ter um impulso irresistível para escrever mais que as redacções para a escola;
4 - O admirável mundo novo de Aldous Huxley, porque me levou a aceitar que valia a pena ler traduções pelo conteúdo da história;
5 e 6 - A Relíquia de Eça de Queirós e Amor de Perdição de Camilo Castelo Branco, porque passei a copiá-los furiosamente pensando "quando fôr grande quero escrever como estes gajos";
7 - Delta de Vénus de Anais Nin, porque me abria o precedente de que o erotismo não é exclusivo da escrita masculina;
8 - Para Acabar de Vez com a Cultura de Woody Allen, porque me fez concluir que o humor é um ingrediente para misturar em tudo;
9 - O Dia dos Prodígios de Lídia Jorge, porque aí percebi que a pontuação era aquilo que quiséssemos que fosse;
10 - A Adília Lopes, porque me revelou que misturar a erudição com o corriqueiro e o kitsch também é literatura.

maria-arvore

1.de Júlio Diniz, "Uma Família Inglesa" .Lido debaixo de uma latada ao fundo de um comprido quintal entre as passas de uns clandestinos cigarritos, foi a descoberta, aos treze anos, do prazer da leitura. Afinal os livros sem bonecos podiam ser giros! Havia vida para lá dos Cóbois e do FBI.
2.de Jonh Steinbeck, "A um Deus Desconhecido"
Em detrimento de outros, por muito estimulante que foi, aos dezasseis anos. Ainda hoje revejo nele o cheiro da terra molhada pela chuva.
3.José Mauro de Vasconcelos, "MEU PÉ DE LARANJA LIMA"
Faria qualquer morrer a rir se pudesse ver-me a lê-lo. Não digo porquê pois preservo a minha reputação de muy macho. Aos 23 anos quando o tempo parou de contar.
4.de Gabriel Garcia Marques, "CEM ANOS DE SOLIDÃO"
Como que a "never ending story"
5.de Isabel Allende, "A CASA DOS ESPIRITOS"
Por uma deliciosa leitura partilhada com amor
6.De Margueritte Yourcenar. "A Obra ao Negro"
7 .De Umberto Ecco, "O Nome da Rosa"
8. De José Saramago, "O Memorial do Convento"
Apresento-os em bloco porque os li de "seguideira", num entusiasmo em crescendo. Juro-vos que são os livros que nos descobrem, felizmente.
9.de Mário de Carvalho, "UM DEUS PASSEANDO PELA BRISA DA TARDE"
Este, "já velho", escritor é o testemunho do legado de escritores portugueses que sou forçado a omitir, mas que a minha maria referenciou.
10.de Mário Zambujal, "CRÓNICA DOS BONS MALANDROS"A vida também se vive a rir. Li-o no 15 entre o Calvário e Algés. Por mais de uma vez apanhei gente a olhar-me com pena, isso mesmo: dó, da minha figura. Sempre é melhor do que ser apanhado a ressonar.

Erecteu

1 – ‘Les Onze Mille Verges ou les Amours d'un Hospodar’ de Guillaume Apollinaire. - Para aqueles que tenham sequer a veleidade de pensar que estou a ‘dar uma’ de intelectual, desenganem-se. Li-o muito cedo e foi para mim o ‘manual do pequeno libertino’, com o qual aprendi sobre o mundo coisas tão estranhas, como o facto de uma grande parte dos apelidos romenos terminarem em ‘cu’ (e talvez devido a isso alguns deles terem um ‘andar parisiense’).
2 – ‘Um Estranho numa Terra Estranha’ de Robert A. Heinlein. Uma antecipação do que mais tarde seria “A Igreja do Imaculado Blog”, mas em versão ‘anos sessenta’. Daí que todos sejamos pedaços de Deus, e por tal incompatíveis com a doutrina da Igreja de Roma.
3 – ‘Desporto Rei’ de Romeu Correia. Um romance que o próprio autor me descreveu um dia, como sendo um dos menos importantes. Mas que à sua maneira provinciana coloca em verdadeira perspectiva o mundo do futebol. (Estão a ver… Para eu referir aqui um livro sobre futebol, é porque se trata de algo especial).
4 – “A Odisseia” de Homero. Embora um poema épico e outras coisas que tais, é também um dos melhores estudos sobre como lidar com a adversidade. Acho que Odisseu foi o meu primeiro super-herói favorito.
5 – “À Pesca do Cachalote”, Mario Ruspoli. Retratando o percurso de um jovem pescador norueguês no circuito da pesca aos cetáceos durante os anos 50. Descreve desde o ambiente industrial dos gigantescos navios-fábrica, ao modo ritualizado de como matar um cachalote, testemunhado nos arpoadores açorianos que se faziam transportar em precárias embarcações a remos.
6 – ‘Trópico de Câncer” de Henry Miller. Foi o que me fez interrogar sobre a que ponto um determinado indivíduo terá que cair, para que a sua escrita se comece finalmente a tornar autêntica. Um escritor verdadeiramente livre passa uma vida desgraçada, que o diga Pacheco; mas alguém tem que falar das coisas tal como são.
7 – “Poesia Toda (1&2)” de Herberto Hélder. Alguém de quem admiro o modo como dispõe as palavras; especialmente nestes dois volumes.
8 – “Metrofago” de Richard Kadrey. Um livro da segunda vaga da corrente Cyberpunk. Na linha de Phil K. Dick e William Gibson, uma digressão pela Los Angeles alucinada de uma era qualquer, em que se pode efectivamente disparar sobre JFK por apenas uns cêntimos; basta que tenha uma tomada craniana.
9 – “Cândido” de Voltaire. Uma obra plena de intemporal actualidade, posto que todos os países têm o seu Dr. Pangloss e são povoados por Cândidos. Sempre considerei Cunegundes como a Barbarella do Século XVIII.
10 – “Contos do Gin-Tonic (e Novos Contos do Gin)” de Mário-Henrique Leiria. Para representar à lareira em noites de Inverno, com gato, almofadas, chá e um esturjão.

TheOldMan

A roubalheira continua já a seguir...

terça-feira, setembro 18, 2007


Já me tinha esquecido da beleza da cidade de Londres.

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